terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Flávia

Flávia, aos 9 anos


Flávia é uma menina linda de 20 anos que, aos 10, foi privada de perceber o mundo à sua volta, ao ser sugada por um ralo de piscina. Flávia é uma luz radiante que está em coma há dez exatos anos, e que, graças ao empenho amoroso de sua mãe, Odele, tem uma vida e amigos em todo o mundo.

Flávia está em São Paulo, no Brasil, mas uma boa parte dos seus amigos são portugueses. Aliás, foi através de um blog de Portugal que conheci a sua história. Os amigos são pessoas que lhe desejam, e colocam ao seu serviço, o melhor de si. Pessoas que ajudam a divulgar sua história e a evitar que, por falta de informação e procedimentos corretos, os ralos de piscina façam mais vítimas.

Conheça a história de Flávia e de sua admirável mãe, Odele Souza, no site

sábado, 16 de fevereiro de 2008

# 2 Das almas gémeas



Descobri.
Ainda não me tinha apercebido disso claramente... Mas, de repente, foi isso mesmo. Descobri a minha alma gémea. Já estive apaixonada, sem querer estar. Já estive apaixonada, querendo muito. Já achei que estava apaixonada, sem estar. Já amei... (bem já me aconteceu uma data de coisas..)

Mas só agora descobri a minha alma gémea. Na verdade, nunca pensei nessa expressão muito seriamente. Só agora ao pensar nessa ideia tão ingenuamente idílica, percebo como pode ser real.. pois não encontro melhor expressão para definir o que vejo nessa pessoa. Revejo-me a mim e tudo aquilo que eu gosto, que me faz rir, que eu admiro, que eu valorizo na vida.
Pois toca a definir uma ALMA GÉMEA....





(©ricardo soares)

Uma alma gémea é aquela pessoa imperfeita, perfeitamente vulgar, em que, se pudéssemos, não mudávamos rigorosamente...nada!
A alma gémea é também aquela pessoa banalíssima, mais uma na multidão.. que, aos nossos olhos, é simplesmente perfeita.
A nossa alma gémea é como (e preparem-se para a apoteose dos clichés!) o nosso espelho, o nosso olhar filtrado por outros olhos. Aquela pessoa em que nos revemos totalmente. A alma gémea faz-nos perder a fome e dá aquele friozinho na barriga típico das paixões. Mas também faz-nos viajar no tempo até à altura em que estaremos à lareira, rodeados de nada para fazer a não ser olhar por uma janela com tons de outono. Somos assaltados por um maternalismo colossal, importando saber permanentemente se esta pessoa está bem, o que a preocupa, o que a emociona, o que lhe desperta o interesse. Mas, mais que tudo, com essa pessoa, sentimos involuntariamente, a maior afinidade do mundo. Com essa pessoa, tudo o resto é secundário. estamos sempre bem... as trivialidades são tudo. Às vezes pasmo embevecida como posso ver tanto de mim noutra pessoa. E disfarço na hora.
Ou então, tudo aquilo que queria ser e às vezes não tenho coragem. O meu ideal.
Afinal essa pessoa está simultaneamente tão perto e tão longe...
É uma alma gémea impossível. Um amor impossível, completamente condenado à nascença.
Invisível, portanto. Mas isto sem qualquer mágoa. Afinal foi apenas uma constatação repentina. Se existem almas gémeas, aquela seria a minha..

Será que existe mais alguma..?